Os primeiros passos no desenvolvimento da Cartografia Geotécnica no Brasil estão associados às solicitações dos engenheiros, para que fosse possível obter melhores condições na solução de problemas em construções civis, especialmente em obras lineares e edificações urbanas, valendo-se de conhecimentos e parâmetros geológico-geotécnicos. Buscava-se, basicamente, a apreciação da resistência mecânica e estabilidade de rochas e solos em superfície e subsuperfície.
Eram compostas por características do solo para fundações, locais com possibilidades de escorregamento, inundação e recalque, e a localização de materiais de construção, apresentadas por meio de mapas, perfis e textos explicativos. Em sequência, atendendo às demandas, decorrentes da intensa urbanização, cartas geotécnicas de planejamento territorial e de outras finalidades, tornam-se presentes. A importância de aspectos ambientais acarretou em inovações de métodos e procedimentos para as cartografias geotécnicas, incluindo abordagens com designação geoambiental, por se tratar de representar a cartografia de interesse ao planejamento, e gestão ambiental e contendo, além disso, perfis e textos explicativos. Alguns dos primeiros trabalhos de produção de cartas geotécnicas receberam a denominação de Geologia Urbana.
Os primeiros trabalhos de Cartografia Geotécnica foram desenvolvidos no Brasil na década de 1970, uma época bastante produtiva na construção de grandes obras de Infraestrutura. Com o acelerado processo de urbanização brasileira e com o surgimento de novos problemas, relacionados à ocupação do território, a demanda da Cartografia técnica aumentou. Esses trabalhos com metodologias internacionais tratavam de grandes áreas e eram feitos em escalas iguais ou menores que 1:50.000, como os trabalhos de Coulon (1973), Maciel Filho (1978), Seignemartin (1979) e Cabral (1979), dentre outros.
Nos anos 1980, começaram a apresentação dos mapeamentos geotécnicos, envolvendo diretamente áreas urbanas e utilizando escalas de detalhe. As cartografias pioneiras nessa linha foram:
Nesse período, algumas universidades e institutos de pesquisa deram início ao desenvolvimento de metodologias, aplicando novos procedimentos de mapeamento geotécnico. Destacam-se: a Divisão de Geologia Aplicada do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT; o Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Departamento de Geotecnia da Escola de Engenharia de São Carlos (USP).
Trabalhos realizados nas décadas de 1980 e 1990 tinham um cunho de pesquisa acadêmica. Era escassa a utilização prática dos resultados desses estudos, muitas vezes pelo desinteresse dos órgãos públicos responsáveis pelo planejamento territorial e urbano e também porque não conheciam a sua relevância.
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Bibliografia:
Geologia de Engenharia e Ambiental, volume 2: Métodos e Técnicas / editores Antonio Manoel dos Santos Oliveira, João Jerônimo Monticelli. São Paulo: ABGE Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental, 2018.
Manual de Sondagens/ Coordenador Ivan José Delatim; comissão coordenadora Elisângela Oliveira [et al.]. 5.Edição, São Paulo: ABGE - Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental, 2013.
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