O emprego de viga Benkelman no controle tecnológico de Camada Final de
Terraplenagem (CFT) é algo corriqueiro em obras de pavimentação.
Os projetos de pavimento que utilizam a Teoria de Sistema de
Camadas Elásticas (TSCE) ou a Análise Mecanicista no
dimensionamento das estruturas indicam a deflexão máxima sobre a Camada Final de
Terraplenagem, ou seja, o limite de alerta sobre o qual não se deve liberar a
execução das camadas do pavimento (reforço, sub-base, base e revestimento).
Na prática, a Viga Benkelman mede o deslocamento vertical sofrido na
superfície de análise, quando submetido a um carregamento.
Como maneira de ilustrar a técnica e de fornecer uma ideia da
magnitude de deflexão, calculamos e apresentamos no Quadro 1 alguns
resultados de deflexão para diferentes cenários de rigidez do subleito (ou da
CFT). Neste estudo, optamos por variar o Módulo de Resiliência de 100 a 900
kgf/cm² ou, utilizando como referência a correlação de Heukelon & Klomp, para CBR variando de
1,0% a 9,0%.
Quadro 1. Deflexões Obtidas para diferentes Módulos de Resiliência do Subleito.
Módulo de
Resiliência do Subleito |
CBR |
Coeficiente
Poison |
Deflexão na CFT (x
10-2 mm) |
100 kgf/cm² |
1,0% |
0,4 |
894 |
150 kgf/cm² |
1,5% |
0,4 |
596 |
200 kgf/cm² |
2,0% |
0,4 |
447 |
250 kgf/cm² |
2,5% |
0,4 |
357 |
300 kgf/cm² |
3,0% |
0,4 |
298 |
350 kgf/cm² |
3,5% |
0,4 |
255 |
400 kgf/cm² |
4,0% |
0,4 |
223 |
450 kgf/cm² |
4,5% |
0,4 |
199 |
500 kgf/cm² |
5,0% |
0,4 |
179 |
550 kgf/cm² |
5,5% |
0,4 |
162 |
600 kgf/cm² |
6,0% |
0,4 |
149 |
650 kgf/cm² |
6,5% |
0,4 |
137 |
700 kgf/cm² |
7,0% |
0,4 |
128 |
750 kgf/cm² |
7,5% |
0,4 |
119 |
800 kgf/cm² |
8,0% |
0,4 |
112 |
850 kgf/cm² |
8,5% |
0,4 |
105 |
900 kgf/cm² |
9,0% |
0,4 |
99 |
Figura 1. Carregamento, Eixo Simples de Rodas Duplas (ESRD).
Como é possível observar no Quadro
1, o comportamento em termos de deflexão varia com a rigidez do solo
utilizado na Camada Final de Terraplenagem. Como exemplo para um solo com comportamento
de 200 kgf/cm² (ou CBR de 2,0%) a deflexão é de 447 centésimos de milímetro, enquanto que para uma rigidez de 900 kgf/cm² (ou CBR de 9,0%), a deflexão é de
99 centésimos de milímetro.
É importante ressaltar que para se obter a deflexão especificada no
projeto, o controle tecnológico convencional (ensaios de massa específica
aparente in situ e a determinação do grau
de compactação) é imprescindível pois, como a deflexão está diretamente
relacionada com a rigidez da camada, a deflexão especificada no projeto só será
obtida em campo, se a obra atingir a densidade máxima obtida nos ensaios de
referência.