Sondagem
a percussão (SP) é um método de investigação
geológica-geotécnica que consiste em uma sondagem de simples reconhecimento de
solo, cujo avanço da perfuração é feito por meio de trado ou de lavagem, sendo
utilizada a cravação de um amostrador para a medida de índices de resistência à
penetração, obtenção de amostras, determinação do nível de água e execução de
vários ensaios in situ. É possível, ainda, medir o torque, para ruptura da
amostra e instalar instrumentação.
É a metodologia mais tradicional de investigação geotécnica,
possibilita a identificação dos
horizontes de solo e a determinação da resistência NSPT a cada
metro investigado, e na ocorrência de lençol freático a profundidade do N.A.
(nível d'agua) é identificada.
A execução do serviço está normatizada na norma brasileira ABNT NBR 6484/01 - Solo - Sondagens de simples reconhecimentos com SPT - Método de ensaio.
O ensaio de penetração padronizado, também chamado de Standart
Penetration Test (SPT), é executado no transcorrer da sondagem a percussão
com o propósito de se obterem índices de resistência à penetração do solo (Norma
ABNT NBR 6484).
É a técnica de investigação geotécnica mais popular, devido ao baixo
custo e à simplicidade do equipamento, além de possibilitar em uma única
operação:
O SPT é o ensaio mais utilizado na prática de Engenharia de Fundações.
Para cravar o barrilete, é usado o impacto de uma massa metálica de 65 Kg, denominada martelo, caindo em queda livre de 75 cm de altura sobre um ressalto situado na parte superior do hasteamento a ele conectado. O resultado do ensaio SPT corresponde à quantidade de golpes necessária para fazer penetrar, no fundo do furo, o barrilete amostrador nos seus últimos 30 cm. São feitas anotações da penetração do barrilete em centímetros, quando o martelo é simplesmente apoiado ou golpeado sobre o ressalto. A medida correspondente à penetração obtida por simples apoio ou zero de golpes pode ser expressiva em solos moles. Na penetração, por batida do martelo, é contado o número de golpes aplicados para a penetração de cada terça parte (aproximada) dos 45 cm do barrilete amostrador. Em cada teste, deve ser feita a penetração total dos 45 cm do barrilete ou até que a penetração seja inferior a 5 cm após 10 golpes consecutivos, não se computando os cinco primeiros golpes do ensaio, ou quando o número de golpes alcançar 50 em um mesmo ensaio. A cada SPT, prossegue-se o avanço da sondagem empregando-se o trado (acima do nível de água) ou lavagem (abaixo do nível de água) até a profundidade do novo ensaio.
As sondagens a percussão devem ser identificadas pelas letras SP,
seguidas de número indicativo. Em cada obra, o número indicativo
deve ser crescente, independentemente do local, fase ou objetivo da sondagem.
Sugere-se utilizar diferentes centenas na numeração para as mais diversas
estruturas da obra. Exemplos:
Quando for necessária a execução de mais de um furo em um mesmo ponto de
investigação, os furos subsequentes terão a mesma numeração do primeiro, acrescido
das letras A, B, C, etc.
No caso de prosseguimento da sondagem pelo método rotativo ou na alternância entre os métodos percussivo e rotativo, deverão ser empregadas as letras SM (Sondagem Mista) para identificar a sondagem.
É importante ressaltar que cada sondagem deve ser
identificada com uma nomenclatura unívoca, ou seja, o projetista deverá, no
momento da programação, atentar-se para definir um nome exclusivo para cada
unidade programada. Dessa forma, garante que não ocorrerá repetição de
nomenclatura na campanha de investigações a ser executada. Como dissemos acima,
a Sondagem a Percussão deve trazer a Sigla SP para que seja facilmente
identificada, sendo recomendado também o uso de séries (0, 100, 200, 300...),
acrescido ao nome de cada sondagem. Essa sugestão servirá para padronizar esse
procedimento e deverá ser utilizado, quando ocorrer a necessidade de executar
uma nova campanha em uma obra/local onde a executora já foi mobilizada.
Exemplo: SP-001 até SP-0xx (campanha inicial); SP-101 até SP-1xx (segunda campanha); SP-201 até SP-2xx (terceira campanha) e assim sucessivamente.
Imagem 04 - Sondagem a percussão
Para a Execução de Sondagens a Percussão, a empresa
executora deverá mobilizar equipamentos e ferramentas suficientes para a
execução de sondagens com até 40 m de profundidade e que atendam os critérios
estabelecidos na programação de sondagens com atenção especial nos
critérios de paralisação definidos pelo projetista.
Os elementos principais são os seguintes:
As peças de avanço da sondagem deverão permitir a abertura com diâmetro
máximo de 100 mm (4”), até atingir o nível de água. Abaixo do NA devem-se
utilizar tubos de revestimento com diâmetro nominal interno de 63,5 mm
(2,1/2’), emendado por luvas com comprimento de 1m e/ou 2m.
As cravações das hastes de perfuração, cravação do mostrador padrão e de
lavagem por tempo deverão ser idênticas para todos os equipamentos, durante
todo o serviço de sondagem numa mesma obra. O trépano ou peça de lavagem deve
ser uma peça de aço, com diâmetro nominal de 25 mm, terminada em bisel, dotada
de 2(duas) saídas laterais para a água e o comprimento mínimo de 20 cm.
Para os Ensaios SPT (penetrométricos), as hastes deverão ser do tipo
Schedule 80, retilíneas, com 25,4 mm (1'' de diâmetro interno e dotadas de
roscas em bom estado, que permitam firme conexão com as luvas e massa de
aproximadamente de 3 Kg/m). Quando acopladas, as hastes deverão formar um
conjunto retilíneo.
O Executor deverá dispor de hastes com comprimentos de 1m e/ou 2m, a fim
de facilitar as operações de início do furo e evitar emendas sucessivas em
maiores profundidades.
Os barriletes amostrados tipos Raymond, mais conhecidos como barriletes
SPT, deverão estar em bom estado, com roscas e ponteiras perfeitas e firmes e
sem apresentar fissuras.
O Trépano também deve estar em bom estado, com extremidade cortante e afiada.
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