A estabilidade do solo à ação da água é avaliada usando-se corpos de prova já compactados, que são extraídos parcialmente (10 mm) dos cilindros e depois imersos em água, por pelo menos 20 horas. O material desprendido é recolhido e submetido à secagem, a fim de se obter o peso seco desprendido do corpo de prova. A perda de massa por imersão é definida pela seguinte expressão:
Pi = 100 x (Md/M0)
onde:
Pi = perda de massa por imersão, em porcentagem;
Md = massa de solo seco da porção desprendida do corpo-de-prova; e
M0 = massa de solo seco correspondente a 10 mm do corpo-de-prova, logo após a compactação.
Segundo Ferreira (1992), a perda de massa por imersão (Pi) reflete a estabilidade do solo à ação da água, quando compactado e sujeito a confinamento parcial. O valor zero corresponde às argilas lateríticas, areias argilosas e argilas arenosas. Argilas expansivas e areias argilosas com argilas expansivas, apresentam valores de Pi de pelo menos 100%. Os valores altos, próximos de 300%, são típicos de areias finas de graduação ruim e siltes muito expansivos.
Para se estimar a perda de solo característica da amostra (Pi) plota-se um gráfico com valores de Mini-MCV, em abscissa, e valores de Pi em ordenadas e obtém-se por interpolação o valor da perda de solos (Figura 5), segundo Balbo (2007) dentro das seguintes regras:
a) Se o solo apresenta peso específico aparente seco baixo, quando a altura final do corpo-de- prova para Mini-MCV = 10 for maior ou igual a 48 mm, então Pi é determinado para Mini-MCV = 10; e
b) Se o solo apresentar elevado peso específico, não obedecendo à condição acima, então Pi é determinado para mini-MCV = 15.
Figura 1 - Exemplo de resultado do ensaio de perda de massa por imersão, no caso para Mini-MCV = 10, adaptado de Silva et. al. (2010)
Para finalizar a classificação MCT, é necessário o cálculo do parâmetro e', que é dado pela seguinte expressão:
onde:
Pi = perda de massa por imersão, em porcentagem; e
d' = coeficiente angular da parte retilínea mais inclinada do ramo seco, correspondente a 12 golpes (ensaio Mini-MCV).
Segundo Ferreira (1992), o índice e' é uma expressão matemática, para ajuste de áreas na carta de classificação de solos MCT, que visa distribuir os grupos de solos de acordo com seu comportamento. Ou seja, a razão para os autores terem adotado uma raiz cúbica na equação de e' foi para permitir que os tipos de solos ocupassem áreas semelhantes na carta de classificação.
A Figura 2 mostra a classificação de solos tropicais MCT e seus 7 grupos, sendo três de comportamento laterítico (prefixo L) e quatro de comportamento não laterítico (prefixo N). Em resumo, os lateríticos são solos bastante maduros e estáveis nas condições tropicais, não expansíveis ou pouco expansíveis, que proporcionam comportamento geotécnico favorável a aplicações rodoviárias. Os não lateríticos apresentam características desfavoráveis do ponto de vista de pavimentação, principalmente nas propriedades como expansão e permeabilidade, embora em alguns casos apresentem resistência satisfatória.
Figura 2 - Carta de classificação para solos finos tropicais (MCT).
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Referência Bibliográfica:
FERREIRA, M.A.G., Características Físicas de Solos Tropicais e Comportamento nos Pavimentos. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia de São Carlos, São Carlos, 1992.
NOGAMI, J.S. & VILLIBOR, D.F. Pavimentação de baixo custo com solos lateríticos. São Paulo: Villibor, 1995.
SILVA, B.A., GUIMARÃES, A.C.R., VIEIRA, A. Curso Prático de Solos. Rio de Janeiro: Instituto Militar de Engenharia (IME), 2010. Notas de Aula.
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